Colégio das Irmãs de Patrocínio: 83 anos

Páginas da História
Breve relato sobre a fundação do Colégio das Irmãs de Patrocínio

By Flávio Almeida Patrocínio

Muito me honraria se você, leitor, leitora, tirasse alguns minutinhos de seu precioso tempo para ler a memorável passagem de criação e inauguração do Colégio Normal Nossa Senhora do Patrocínio, que está comemorando 83 anos. Repare não se até hoje o trato por Colégio Normal. Sou das antigas, saudosista. Enquanto vida Deus me der (falar desse jeito é bem típico de nós) é assim que chamarei o nosso Colégio das Freiras.

Dedicado à Dona Maria do Carmo Dias Guimarães,
ex-aluna do educandário, professora aposentada.

O Ginásio Dom Lustosa, voltado para a educação de meninos, abriu suas portas em fevereiro de 1927.

Para seus estudos as meninas de Patrocínio não tinham um curso regular para frequentar. Ou melhor, não tinham uma escola de orientação católica, pois estudavam no Patrocínio Colégio, uma escola mista, fundada e dirigida na cidade pelos reverendos presbiterianos norte-americanos, Alva Hardie, James Robertson Woodson e John Knox Johnston, recém-chegados, homens que logo cativaram a simpatia e confiança dos patrocinenses, pelo fino trato e carisma pessoal.

No entanto era comum ler na imprensa local artigos combatendo o protestantismo, que já no início dos anos de 1920 era uma realidade em Patrocínio. Ainda assim, lá estudaram crianças que se tornaram pessoas conhecidas e importantes, tais como, dentre outros, José Pereira de Melo, Amando Amaral, Odilon Amaral, Zélia Elói dos Santos, Alírio de Mello, Mauro Chaves etc, advindos de famílias que não se importavam muito com a cantilena da religiosidade.

O certo é que as autoridades eclesiásticas se mobilizaram para criar o ‘colégio das freiras’, para se contrapor ao colégio evangélico.

Como se deu a fundação do Colégio Nossa Senhora do Patrocínio?
Tudo começou em 30 de dezembro de 1926, quando o Bispo Dom Lustosa escreve uma carta a Dona Emídia de Aguiar, filha de Honorato Martins Borges e esposa do coronel João Cândido. (O inteiro teor da carta pode ser lido aqui).

Dom Lustosa citou em sua missiva a necessidade de se fundar em patrocínio também “um colégio para meninas, mas um colégio de Irmãs”, a exemplo do já fundado “estabelecimento de ensino para meninos”. Argumentou o bispo: “Já estando aí os padres eu poderei arranjar as Irmãs, porque elas poderão contar com a capelania - o que é indispensável para um colégio de Religiosas”.

E expôs sua ideia à Dona Emídia: “Se fosse possível oferecer às Irmãs um prédio que, provisoriamente ao menos já pudesse ir servindo para o funcionamento do colégio, mais tarde elas o modificariam com acréscimo etc. Patrocínio tendo então, dois estabelecimentos de ensino superior, um para meninos e um para meninas, tomaria um natural impulso de progresso. Pelo lado religioso, então, seria uma sorte grande”.

A resposta veio com a organização de uma comissão de senhoras, em fevereiro de 1927, para angariar donativos. Formada por Emídia de Aguiar, Luiza Arantes, Zulmira Resende, Benilde Amaral Alves, Rita Machado, Alcina Ribeiro, Teodorinha de Castro e Luíza Barbosa, esta comissão enviou às senhoras da cidade uma carta circular (que pode ser lida aqui), solicitando auxílio em dinheiro.

A comissão conseguiu levantar l2 contos em dinheiro. José Pedro Ferreira de Paiva tomou para si o encargo de levantar mais capital para tal finalidade. Muitos contribuíram com substanciosas quantias, suficientes para aquisição do antigo sobrado que antes fora de Marciano Pires, mas que àquela época pertencia ao coronel Elmiro Alves, de quem foi adquirido.

O empenho de Dom Lustosa
O bispo Dom Lustosa muito se empenhou, quase que implorando a fundação do Colégio em Patrocínio. Trocou insistentes correspondências com Irmã Blandina, representante da Superiora Geral e dirigente, no Brasil, da Congregação das Irmãs do Sagrado Coração de Maria de Berlaar, na Bélgica, e residente em Araguari.. Entendia ele que o bom povo patrocinense merecia uma atenção maior, principalmente diante da vinda do protestantismo para esta cidade.

Em carta a ele dirigida a 24 de dezembro de 1927, Irmã Blandina escreveu a Dom Lustosa
"Devo confessar francamente a V.Excia.: 1º ) que nosso colégio em Araguari está lutando com grandes dificuldades pecuniárias devido ao seu desenvolvimento forçado; 2º) que nossa Congregação é pobre e, fora da grande generosidade que já tem mostrado para o Brasil, terá outra vez as grandes despesas da viagem destas Irmãs; 3º) Patrocínio é um lugar pequeno, quase sem movimento que não oferece segurança pela manutenção de um colégio de Irmãs, visto que nós não podemos ocupar-nos com outras cousas. Para ter alguns alicerces mais sólidos é necessário começar logo internato e externato, com alguns confortos indispensáveis para o bom espírito das futuras alunas. Parece que a Divina Providência quer que seguimos a máxima (Apressai-vos devagar.) Não se acha nenhuma casa que, com algumas modificações, serve para este fim, a não ser o grupo escolar com o sobrado anexo. Unindo estes dois prédios, assim mesmo a área é um pouco pequena, mas haverá meio de fazer um modesto colégio. A associação das senhoras e todas as principais pessoas do lugar afirmam a mesma coisa e por mais que procuraram não acharam outro caminho. O ilustríssimo presidente da Câmara, o sr. João Alves (do Nascimento) declarou que para o mês de julho talvez poderão ter o novo grupo construído e prometeu: 1º) desde que recebam a doação deste velho grupo do governo o cederão por escrito à Congregação; 2º) que a Câmara se incumbe, para o conserto, caiação, pintura e pequenas mudanças; 3º) que pagará nos primeiros anos a mensalidade para dez crianças pobres. A associação das senhoras encarregou-se da compra do sobrado, que darão também à Congregação e que o sr. Elmiro, pai de João Alves, cederá de boa vontade; também de dar as mobílias mais necessárias. Peço ternamente a Vossa Excelência, pelo fraternal interesse que tendes no futuro Colégio "Nossa Senhora do Patrocínio", o favor de solicitar ao sr. presidente da Câmara, João Alves e à presidente da associação, D. Emídia Aguiar, de nos dar por escrito e assinado pelos mesmos, o que foi deliberado, para poder enviar estes documentos à Reverenda Madre Geral. Confio na Bondade Maternal de Nossa Senhora que o seu futuro colégio irá avante. Antecipando nossos penhorados agradecimentos e beijando humildemente vosso anel, com respeito e estima infantil subscrevo-me. Vossa submissa serva em Jesus Cristo, Irmã Maria Blandina".

Conforme solicitou Irmã Blandina, agiu imediatamente Dom Lustosa, escrevendo à Câmara, que em 3 de março de 1928 lhe envia esta correspondência, assinada inclusive pelo diretório político:

A Câmara Municipal de Patrocínio responde a Dom Lustosa
"Ansiosos pela criação e consequente funcionamento de um colégio para o sexo feminino desta cidade, viemos há tempos, a presença de V.Excia. e Revma. a quem confiamos a nossa causa, comprometendo nesse intuito a nossa boa vontade e o melhor de nossos esforços, compromisso esse que assumimos e que sustentamos até a realização almejada. Conseguido por V.Excia., a Congregação que virá dirigí-lo, faltava de nossa parte um compromisso escrito garantindo a doação do prédio do grupo escolar desta cidade à referida Congregação, prédio aliás conhecido e aceito pela digna representante da Congregação designada por V.Excia., a qual pessoalmente visitou nossa cidade e desempenhou a sua missão. Por esse motivo, vimos comunicar V.Excia., que a comissão de senhoras incubidas da compra de um prédio o comprou cito ao grupo que será imediatamente doado às Revmas. Irmãs, por escritura pública que será imediatamente, logo que elas iniciem um Externato, como é o desejo de todas, constituindo essa fundação uma necessidade urgente, em face d'um colégio protestante, recentemente instalado e funcionando nesta cidade. Quanto a doação do prédio do grupo, segundo nos reafirmou o senhor presidente do Estado, será feita tão logo se conclua a construção do novo grupo, do qual a concorrência será aberta esses dias pela respectiva secretaria. Na hipótese, porém, de não poder o governo sustentar a doação prometida, o que nos leva a crer não acontecerá, vimos, reunidos em comissão e abaixo-assinados, hipotecar a nossa palavra, comprometendo-nos a efetuar a doação por nossa conta, comprando ou arrematando o referido prédio. Agora pedimos a V.Excia., diante esse nosso compromisso, interponha o seu poderoso valimento no sentido de que a venerável Congregação mande o quanto antes, duas ou três Irmãs conforme julgue, para dar início imediato ao desempenho do urgente Externato. É de tal sorte inadiável e perigosa a procrastinação da abertura do Externato que o nosso vigário, Revmo. Pe. Joaquim Thiago dos Santos cogitou e levou a efeito, de acordo com a diretoria do Ginásio Dom Lustosa, a abertura de seção feminina que viesse provisoriamente preencher a lacuna produzida pela falta das Irmãs e para evitar que caiam, nas mãos hereges do americanismo, inocentes mocinhas que, desejando simplesmente instruirem-se, iriam sendo insinuadamente conduzidas à doutrina nefasta. Confiando nossa causa a critério e zelo pastoral de V.Excia., estamos certos de tudo conseguir. Deus guarde a V.Excia. Revma. Com apreço e alta veneração de V.Excia. Attos. admiradores diocesanos. Honorato Martins Borges, João Alves do Nascimento, Dr. Gustavo Machado, Tobias Baptista de Miranda Machado, Elmiro Alves do Nascimento, Joaquim Cardoso Naves, Nelson Caixeta de Queiroz, João Cândido de Aguiar, José Pedro Teixeira de Paiva e José Luiz da Silva".

Assim que recebeu esta correspondência, Dom Lustosa escreve a Irmã Blandina
"Passo às mãos de V.Excia. o documento incluso que vossa Congregação poderá conservar. As pessoas que o assinam são não só os dirigentes do município de Patrocínio, como homens de grande responsabilidade. Penso que, no nosso caso, não se poderia desejar melhor documento. Agora peço a V.Excia. que apresse o início das aulas - um simples externato para começar - a fim de que, por um lado, a boa vontade, que há, não arrefeça e, por outro, não lance raízes o colégio protestante começado".

Praça do colégio, coreto...

Autorização para fundação do colégio
O documento é enviado à Madre Superiora Geral da Congregação das Irmãs do Sagrado Coração de Maria, Irmã Marie Eugenie, na Bélgica, que autoriza a fundação do colégio, terminando assim sua carta ao bispo: "Et je suis hereuse de pauvoir temoigner cette recomaissance en acceptant d'établir une maison de notre Congregation dans une autre ville de votre diocése, à Patrocínio".

Feliz, Dom Lustosa novamente escreve a Irmã Blandina
"A situação aflitiva daquela paróquia com um colégio protestante de meninas e essa consoladora resposta da Revma. Superiora Geral, talvez resolvam a V.Excia. aceitar para o segundo semestre deste ano a fundação do colégio de Patrocínio. Sei que isto acarreta sacrifícios para o colégio de Araguari; mas creio que a Revma. Irmã Rodrigues em sua bondade tudo fará para salvar a situação de Patrocínio, de onde dispensei outra fundação de outra congregação, na esperança de ser atendido pela congregação de V.Excia. E o fato de lá não estar tudo ainda completamente preparado como seria desejável, é muito natural. Quase sempre essas fundações nascem humildemente, entre dificuldades".

Rua do colégio

Sem conter o contentamento, a imprensa local noticiou
"Procedentes de Araguari, estiveram em Patrocínio na terça-feira e regressaram na sexta-feira as Irmãs Blandina e Rodriguez, para tratarem de assuntos ligados à fundação do Colégio Nossa Senhora do Patrocínio, que será inaugurado ainda este ano". Elas vieram vistoriar o prédio destinado à instalação da futura escola.

As duas freiras aqui chegaram sob o olhar curioso da população. Todo mundo chegou às portas e janelas de suas casas. Ao que parece, era a primeira vez que essa gente via uma religiosa... Tanto que as Irmãs ficaram horas e horas em exposição, para que o povo, passando em fila, pudesse cumprimentá-las.

Assim que chega em Araguari, Irmã Blandina escreve a Dom Lustosa (que residia em Uberaba) esta carta datada em 21 de abril de 1928
"Fui em Patrocínio a fim de apressar a instalação do desejado colégio. O povo está com boa vontade e me prometeu que o sobrado do coronel Elmiro estará pronto por estes dois meses, e feitas as pequenas modificações necessárias para o futuro externato. Ainda não passaram a escritura deste prédio; parece que estão esperando ordem ou licença de Vossa Excelência. Pelo interesse que já tendes mostrado pela prosperidade do futuro colégio de Nossa Senhora do Patrocínio, venho pedir encarecidamente a Vossa Excelência o grande favor, pelo próprio colégio, de consentir que a escrituração seja feita para a nossa congregação, como já transmiti a Revma. Madre Geral, Eugenie, e conforme o contrato com o povo na minha primeira visita à Patrocínio. Quando o prédio pertencer à congregação haverá mais facilidade e boa vontade da parte da mesma para se fazer os aumentos necessários no futuro, para o progresso deste colégio. Pois já prevemos grandes dificuldades no caso que a doação do grupo demorar, devido não podermos abrir um pequeno internato. Os fazendeiros não consentem que suas filhas passem em casas alheias para aproveitar o externato. Seremos logo obrigadas a aumentar o prédio atual a fim de poder satisfazer a esta grande necessidade, como também para combater totalmente o colégio protestante que mantém internato. Sendo propriedade da congregação haverá mais facilidade pela mesma para salvar a situação. O meu desejo, Monsenhor, era ir à vossa residência a fim de falar-vos pessoalmente e expor-vos, assim, as necessidades do futuro colégio. Os meus afazeres numerosos me obrigam a fazê-lo por escrito, esperando que Vossa Excelência se digne desculpar-me e possa compreender-me mesmo de longe. Se, porém, Vossa Excelência achar que o meu comparecimento em vossa presença seria útil, peço-vos vos digneis avisar-me e estarei pronta a cumprir vossa ardem. Queira Vossa Excelência aceitar o protesto de alta veneração e profundo respeito com que me subscrevo".

Sobre a inauguração do Colégio das Irmãs, noticiou o "Cidade de Patrocínio" de outubro de l928
"Procedentes de Araguari, onde têm sua casa central, chegaram quinta-feira, 11 de outubro, a Patrocínio, as reverendíssimas Irmãs da Congregação do Sagrado Coração de Maria, as quais, pela respectiva Congregação foram designadas para virem dirigir o Colégio Nossa Senhora do Patrocínio".

"Às 3 l/2 horas pós-meridianas, com alguma diferença de minutos, entraram os automóveis de viagem das Irmãs. Ao seu encontro tinham ido, à distância de uma légua, as senhoras Emídia de Aguiar e Zulmira Resende".

Praça do colégio com alunas

"Postados diante do prédio do novo Colégio, à Praça da Matriz, estavam uniformizados os alunos do Ginásio Dom Lustosa, com o estandarte oficial do educandário, que trazia a frase: "Sub umbra alarum tuarum" (Sob a sombra das tuas asas). Estiveram presentes alguns vereadores, o coronel Honorato Martins Borges e muitas pessoas. O salão do sobrado se achava repleto de famílias, destacando-se, com o seu uniforme, as alunas da seção feminina do Ginásio Dom Lustosa, seção que este ano tem funcionado regularmente, aos cuidados dos padres e do vigário Joaquim Thiago, devendo agora passar para a direção das Irmãs".

O corpo docente do Colégio
O corpo docente do Colégio Nossa Senhora do Patrocínio era então constituído pelas Irmãs Maria Ghislaine, a diretora; Maria Gilberta, professora e pela senhorita Anangélica de Alkmim, também professora. Para o ano letivo de 1929 viria a professora de português, a brasileira Irmã Maria Alda , juntamente com Irmã Eustáquia. No ano seguinte aqui chegariam as Irmãs Mercês e Firmina. Ali também lecionaram Monsenhor Thiago e os padres Mathias, Agostinho, Filiberto, e os professores José Bento Guimarães e Olga Guimarães Pereira Borges.

Como já foi dito, no Brasil a Congregação era dirigida por Madre Blandina, representante da Superiora Geral das Irmãs do Sagrado Coração de Maria de Berlaar, na Bélgica, e residente em Araguari. Maria Blandina esteve em Patrocínio naquele memorável dia 11.

O Colégio admitia alunas internas e externas. Lecionava-se para os cursos de jardim de infância, de primeiro grau ou elementar e de segundo grau. Ensinava-se língua pátria, francês, aritmética, cartografia, geografia, história, geometria, desenho, música, solfejo, física e todas as espécies de trabalhos de agulhas, como bordados à mão e a máquinas.

À vontade dos pais, seriam dadas às alunas, lições especiais de piano, violino, bandolim, datilografia, pintura, etc...
Monsenhor Joaquim Thiago dos Santos (vigário da paróquia) e padre Mathias van Rooy (diretor do Dom Lustosa) estavam exultantes.

As aulas tiveram início quatro dias depois, em 15 de outubro de 1928 (no calendário litúrgico este dia é dedicado a Santa Tereza de Ávila, a doutora da igreja.), mas oficialmente é registrada a data de 6 de fevereiro de 1929.

Ata de inauguração do Colégio Nossa Senhora do Patrocínio
"Aos seis dias do mês de fevereiro de 1929, às oito horas da manhã, nesta cidade de Patrocínio, Estado de Minas Gerais, com a presença das autoridades locais convidadas; de grande número de pessoas do escol social de Patrocínio; senhores, senhoras e senhorinhas; das Revmas. Irmãs do Sagrado Coração de Maria, destinadas à direção do estabelecimento em fundação; das alunas, uniformizadas, do mesmo Instituto; e, imediatamente após a celebração do Santo Sacrifício da Missa , celebrado pelo Revmo. padre Mathias van Rooy, da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, acolitado pelo Revmo. padre Joaquim Thiago dos Santos, vigário da paróquia, realizou-se a inauguração do Colégio Nossa Senhora do Patrocínio, organizando-se uma breve sessão cívica, em que se declararam instalados do precitado estabelecimento de instrução, as aulas. Usando, então, da palavra, empolgado pelo contentamento geral, que se notava na seleta assistência, o Revmo. padre Joaquim Thiago dos Santos exaltou este empreendimento, para cujo êxito as comissões promotoriais envidaram os maiores esforços, e enalteceu por mérito das Revmas. Irmãs do Sagrado Coração de Maria, que constituem o Corpo Docente deste colégio, apresentando-as ao povo de Patrocínio e concitando-o, ao mesmo tempo, a colaborar com as mesmas, na cabal realização de tão dignificante e nobre empresa. E, em seguida aos aplausos que coroaram as últimas palavras do ilustre vigário, para constar, lavrou-se esta que vai assinada pelos assistentes".

Irmã Maria Ghislaine
A primeira diretora do educandário, Irmã Maria Ghislaine, nasceu em Lembeek, na Bélgica, em 26 de junho de 1895, recebendo o nome de Francisca Tordeur. Era filha de Charles Lonis Tordeur e de Jeanne Dervilê. Ingressou na Congregação em 1918. Em maio de 1920 emitiu os votos religiosos, vindo para o Brasil em agosto daquele mesmo ano. Para entregar-se ao árduo trabalho da educação, aos onze dias do mês de outubro de 1928 chegou em Patrocínio (acompanhada da Irmã Maria Gilberta), cidade em que residiu até o fim de sua vida. Irmã Ghislaine foi a religiosa que por mais tempo ficou à frente da direção do educandário: de 1928 a 1934, voltando em 1942 ficando até 1947 e, depois, retornando em 1951, ficando até 1955.

O enterro de Irmã Ghislaine


Fonte: “Patrocínio no final da década de 20”,
texto integralmente disponibilizado em link neste JdFA.